Cúpula de fadas

Coloquei minha cria sob uma cúpula.
Ensinei que fossem esforçadas,
cuidei que se sentissem amadas,
instruí a bondade mútua.
Minha cria sempre andou protegida;
jamais viram qualquer maldade,
qualquer que fosse a idade,
pois escolhi esta vida bem regida.
Cada fio de cabelo, uma linha de ouro;
cada roupa, um capricho desigual;
cada adereço, uma beleza abissal;
cada filha, ah… um tesouro!
Mostrei-lhes as fadas que eram,
penteei os cabelos dourados,
afastei os príncipes encantados,
espantei todos os males que vieram.
Mas o tempo chega, e eu adoeço.
O domo se quebra,
e minhas pequenas, sem regra,
se encontram do lado avesso.
Agora estão soltas,
livres num mundo novo,
num lugar rancoroso,
de mim não mais envoltas.
E caem,
e morrem.
Não são mais fadas.
Não são mais nada.
Ensinei que fossem esforçadas,
cuidei que se sentissem amadas,
instruí a bondade mútua.
Minha cria sempre andou protegida;
jamais viram qualquer maldade,
qualquer que fosse a idade,
pois escolhi esta vida bem regida.
Cada fio de cabelo, uma linha de ouro;
cada roupa, um capricho desigual;
cada adereço, uma beleza abissal;
cada filha, ah… um tesouro!
Mostrei-lhes as fadas que eram,
penteei os cabelos dourados,
afastei os príncipes encantados,
espantei todos os males que vieram.
Mas o tempo chega, e eu adoeço.
O domo se quebra,
e minhas pequenas, sem regra,
se encontram do lado avesso.
Agora estão soltas,
livres num mundo novo,
num lugar rancoroso,
de mim não mais envoltas.
E caem,
e morrem.
Não são mais fadas.
Não são mais nada.
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